A POUSADA TAPERA REAL

Saímos do vilarejo real, São Gonçalo do Rio das Pedras, empanturrados até o talo imperial, e graças ao bom Deus, com o sol nos guiando. Daí, partimos confiantes para a maior empreitada desta viagem até o presente momento, pois, ao avançado da hora não nos quietamos na comarca de Itapanhoacanga (esse nome nos deixou confusos e desorientados), preferimos sim, sair diligentes e seguir o caminho real, crentes de que as lamparinas de nossos cavalos reais, seriam suficientes para iluminar o nosso trajeto, ledo engano o nosso, pois as trevas foram a nossa ruína. A noite imperiosa, chegou com suas armadilhas e trapaças, vitimando em primeira instância o Intendente Alexandre, que tendo as burras cheias de diamantes e ouro, foi ao chão, não uma, nem duas, nem três, paramos por aí, se não eu não agüento. Se isso não bastasse, o intendente Paulo Cesar, seguindo os passos de Alexandre, foi o próximo, e de novo, e de novo, é melhor deixar que as marcas falem por si só. Boa Noite... Esperem aí, o Intendente Alexandre, seguindo os mandamentos de seus antepassados primitivos, permitiu em delírio, a idéia de uma vez caído ao chão, por ali ficar, tendo sugerido, que na falta de água e alimento, tomássemos o elixir real, o qual, segundo o dito popular é o tal “LEITE DE ONÇA” (não esqueçam, tem que ser de onça fêmea).Nós, os Intendentes Reais, não nos abatemos facilmente, aprumamos os cavalos imperiais, largamos as burras repletas de preciosidades no mato e rumamos ao vilarejo de Santo Antonio do Norte, conhecido como Tapera, ali, fomos recebido por um prestativo estalajadeiro, padeiro, guincheiro e outros atributos reais, chamado Fabiano de tal, proprietário da Pousada Tapera Real.